segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Seja bem vindo ao blog da Enfermagem: conheça um pouco sobre a Gonorréia


   ENFERMAGEM EM AÇÃO
A ARTE DE CUIDAR




                         



        
  DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) é um problema de saúde pública mundial, obtendo-se uma estimativa de 340 milhões de novos casos por ano. São causadas por vários agentes, sendo transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha. O conhecimento das doenças sexualmente transmissíveis (DST) é de extrema importância, além de uma alta prevalência principalmente nos países subdesenvolvidos, existem complicações clínicas pelo fato de facilitar a transmissão do HIV. No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para às infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa  mais comuns são: Gonorréia, clamídia, sífilis, herpes genital e HPV.

HISTÓRICO DA GONORRÉIA


A gonorréia é uma doença antiga e recebeu esse nome do médico grego Galeno em 150 d.c. Mais de 60% dos pacientes com gonorréia tem entre 15 e 24 anos de idade. No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS),  de infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa a cada ano é de 1.541.800 novos casos.
A infecção causada pela Neisseria gonorrhoeae é uma das mais antigas doenças humanas conhecidas, sendo uma das doenças sexualmente transmitidas mais comuns apesar da existência de uma terapia antimicrobiana.

 Os micro-organismos do gênero Neisseria gonorrhoeae são cocos gram-negativos aeróbios, geralmente dispostos aos pares (diplococos) com os lados adjacentes achatados, semelhante a grãos de café como demonstra a figura ao lado. São denominadas gram negativas pois ao serem expostas a certas substancias se colorem de rosa.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO PARA DOENÇA

Após contato sexual do parceiro fonte com o hospedeiro não contaminado, a infecção evoluirá para doença. O período de incubação da doença é de 2 a 5 dias. Em alguns pacientes dar-se-á um processo localizado sem maiores repercussões, enquanto em outros ocorrerão complicações no próprio aparelho urogenital ou sistêmico.

No homem o sintoma mais frequente é a uretrite uma inflamação da uretra que se caracteriza inicialmente por prurido (coceira) que se estende por toda uretra e disúria (dificuldade ao urinar) seguida de corrimento purulento (secreções). Pode haver febre e outras manifestações de infecção aguda sistêmica. As complicações possíveis no sexo masculino são: balanopostite, prostatite, epididimite, estenose uretral, artrite, meningite, pielonefrite,miocardite, pericardite e septicemia.


Corrimento uretral abundante em paciente com gonorréia.
No sexo feminino a gonorreia é assintomática em cerca de 90% dos casos. A manifestação clinica mais comum é a cervicite que inclui corrimentos vaginais, disúria e sangramento local ao toque leve de uma espátula. 

Mulher portadora de cervicite por gonococo, a manifestação externa inclui secreção serosa e abundante vaginal.
 
As complicações possíveis no sexo feminino são: Doença inflamatória pélvica (DIP), endometrite, salpingite e peritonite. A DIP pode causar em 10% dos casos a oclusão das tubas uterinas e consequente infertilidade. Há também predisposição dessas pacientes à gravidez ectópica.


  

domingo, 16 de outubro de 2011

INFECÇÃO GONOCÓCICA

      
IMUNIDADE

                  X                  

REINFECÇÃO




 A gonorréia apresenta casos de reinfecção por que o  organismo  não produz imunidade contra a Neisseria gonorrhoerea agente etiológico, porém estas infecções repetidas podem proteger da doença inflamatória pélvica causada pela mesma cepa.
 Estudos realizados com o intuito de verificar a frequência de reinfecção, detectou apenas homens reinfectados pelo mesmo tipo de cepa da Neisseria gonorrhoerea . Uma hipótese para este fenômeno é que o período de infecção mais longo nas mulheres por geralmente serem assintomáticas (não apresentarem sintomas) expõe o sistema imunológico permitindo o desenvolvimento de anticorpos antigonocócicos já os homens sintomáticos (apresentarem sintomas) por serem tratados rapidamente não desenvolvem os anticorpos protetores.
Neisseria gonorrhoerea

DIAGNÓSTICO DE GONORRÉIA

Segundo o Ministério da Saúde  o diagnóstico deve ser realizado por meio da consulta com um profissional de saúde, exame clínico específico e coleta de secreções genitais.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Os métodos de diagnóstico da gonorréia são os diagnósticos laboratoriais como: a bacterioscopia mais eficazes em homens, a cultura de amostras do canal endocervical em mulheres e os testes moleculares para ambos.

Coloração de Gram é um método  que permitem evidenciar a bactéria em microscopia através de colorações próprias,  observando  a forma, o tipo de arranjo das colônias de Neisseria e o comportamento do material celular delas ao serem expostas a alguns corantes básicos, por isso se torna um método sensível na detecção gonocócica.

Método de coloração de Gram.

Visualização no microscópio de arranjos de Neisseria  através da coloração de Gram.


    



A cultura é outro meio de diagnóstico laboratorial que permite o crescimento e isolamento do agente etiológico, assegurando - se assim o crescimento e desenvolvimento da Neisseria. As secreções utilizadas no meio de cultura podem ser colhidas do canal endocervical, uretra feminina e masculina, orofaringe, canal anal, conjuntiva, lesões e sangue.


Meio de cultura ágar-sangue




A sorologia também é um método de identificação do agente infeccioso, alguns desses testes podem detectar antígeno (substância estranha ao organismo) gonocócico e os anticorpos (substância produzida no organismo pela presença de um antígeno) dirigidos contra o microrganismo. Além destes temos o teste molecular, sendo utilizada a Reação de Cadeia de Polimerase (PCR), método que auxilía na detecção do DNA da Neisseria gonorrhoeae nos indivíduos. 
         TRATAMENTO

À presença de sinais e sintomas da gonorréia, deve-se procurar um profissional da saúde, para que ocorra um diagnóstico correto e um tratamento adequado.


O tratamento eficaz da gonorréia é o principio fundamental para o seu controle, visto que este evita que se desenvolvam complicações e reduz a disseminação desta infecção na comunidade. Os componentes do tratamento de um caso incluem: exame clínico, diagnóstico correto, tratamento precoce e eficaz, aconselhamento sobre comportamentos sexuais, fornecimento de preservativos, notificação e tratamento do parceiro.


A Neisseria gonorrhoereae tem apresentado crescente resistência a antibióticos como penicilina e tetraciclinas e a outros agentes antimicrobianos mais antigos, por isso esses medicamentos já não são recomendados para tratamento da gonorréia.


 Grande porcentagem dos gonococos isolados é resistentes a penicilinas, tetraciclinas e a outros agentes antimicrobianos mais antigos. Por isso, estes medicamentos já não podem mais ser recomendados para tratar a gonorréia.Para o tratamento da gonorréia recomenda-se uma das terapias a seguir: ceftriaxona 250mg IM, ou ciprofloxacina 500mg VO, sendo todos administrados em dose única.Ciprofloxacina deve ser evitada em gestantes, sendo o tratamento mais indicado para estas a ceftriaxona em dose única de 250mg IM.

                                                              Nunca se automedique


O tratamento eficaz da doença não consiste só na terapia antimicrobiana para curar, mas também numa análise e tratamento global da saúde reprodutiva do paciente em casos de suspeita de gonorréia o paciente deve procurar as Unidades Básicas de Saúde, Programa de Saúde da Família e nunca se automedicar mesmo que seja um caso de reinfecção.


Tratamento ===> gratuitos nos serviços de saúde do SUS  ===> melhora da qualidade de vida do paciente ===> Interrompe a cadeia de transmissão da doença.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PREVENÇÃO   

Ainda não há vacina para gonorréia, portanto a melhor forma de se prevenir é atentar-se para o comportamento sexual seguro através do uso adequado do preservativo  (camisinha) e mantendo um único  parceiro sexual.
O parceiro sexual também deve realizar  tratamento.

Uma forma de controlar a transmissão das DSTs também é o tratamento do parceiro sexual, aqueles com quem o paciente se relacionou nos últimos 30 dias devem aderir ao tratamento mesmo quando não apresentem sintomas.




O contato sexual sem o uso da camisinha é a principal causa das DSTs
A gonorréia assim como as DSTs em geral pode ser prevenida através de informação e atividades educativas,sendo  necessário a participação dos pais, educadores e profissionais da saúde na luta contra essas infecções. Portanto se você ainda possui dúvidas a respeito da gonorréia e das diversas DSTs procure um posto de saúde mais próximo.Se você é um profissional da saúde e/ou educador promova debates, reuniões, em sua comunidade que objetivem o aconselhamento no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade do cuidado protegendo a si e a seus parceiros e combatendo a discriminação aos portadores de DSTs.
É mais seguro se prevenir
Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal)  é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão da gonorréia e DSTs em geral.


SAIBA MAIS: o uso adequado do preservativo
Cuidados com o preservativo masculino


Ø  O preservativo deve ser armazenado afastado do calor (como bolso de calça, porta-luvas,amassado em bolsas).
Ø  observar integridade da embalagem, bem como o prazo de validade;
Ø  deve ser colocado antes da penetração, durante ereção peniana;
Ø  receptáculo existente na extremidade do preservativo deve ser mantido apertado entre os dedos durante a colocação, retirando todo o ar do seu interior; ainda segurando a ponta do preservativo, desenrolá-lo até a base do pênis;
Ø  no caso de ruptura, o preservativo deve ser substituído imediatamente;
Ø  após a ejaculação, retirar o pênis ainda ereto, segurando o preservativo pela base para que não haja vazamento de esperma;

colocação do preservativo masculino



Fatores de risco para ruptura ou escape do preservativo masculino:
Ø  más condições de armazenamento;
Ø  não observação do prazo de validade;
Ø  danificação da embalagem;
Ø  lubrificação vaginal insuficiente;
Ø  presença de ar e/ou ausência de espaço para recolher o esperma na extremidade do preservativo;
Ø  tamanho inadequado em relação ao pênis;
Ø  perda de ereção durante o ato sexual;
Ø  ;uso de dois preservativos (devido à fricção que ocorre entre eles);
                 Cuidados com o preservativo feminino
 Ø  armazenar afastado do calor, observando-se a integridade da embalagem e prazo de validade;
Ø  não usar junto com o preservativo masculino;
Ø  ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação e retirado com tranqüilidade após a relação, de preferência antes da mulher levantar-se, para evitar que o esperma escorra do interior do preservativo;
Ø  para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada).
Ø  o anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina. Com o dedo indicador ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero; a argola fixa (externa) deve ficar aproximadamente 3 cm para fora da vagina; durante a penetração o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo; deve ser utilizado um novo preservativo a cada nova relação.
                                                              colocação do preservativo feminino